Vamos embarcar em uma jornada arqueológica digital direto para o Super Mundo do Super Nintendo. Enquanto títulos clássicos como Mario World e Zelda dominavam o cenário global, o Japão era um celeiro de jogos exclusivos e, sejamos honestos, totalmente bizarros. Vamos olhar alguns jogos japoneses para Super Nintendo que talvez você nunca tenha ouvido falar, títulos tirados direto do coração da cultura gamer nipônica. Prepare-se para conhecer obras que se tornaram lendas urbanas, simuladores de namoro colegial e plataformas cheias de peculiaridades.
1. Ghost Sweeper Mikami: A Caçadora de Fantasmas Polêmica

Para abrir a nossa lista com um toque de charme e mistério, temos Ghost Sweeper Mikami. Neste título, você assume o controle de Mikami, uma caçadora de fantasmas profissional.
O jogo é classificado como um plataforma simples, sem grandes dificuldades, onde o objetivo principal é avançar pelas fases e usar sua espadinha (ou chicote) para eliminar os fantasmas maliciosos que estão perturbando a cidade. Contudo, as bizarrias começam cedo, dando o tom do que vamos encontrar nesta lista. Mikami se envolve em situações inusitadas, como pilotar uma vassoura de bruxa ou até mesmo surfar em um Gato Malhado enquanto tenta acertar os adversários espectrais. O visual é um espetáculo à parte, com o vestidinho de Mikami que muda de cor toda hora e a frequência com que ela troca de vestido em toda fase por um motivo que permanece desconhecido.
A obra não vive apenas no video game. Ghost Sweeper Mikami também pode ser apreciado em formato de Mangá e Anime. Existe até uma lenda urbana que circula no Imaginário Popular sobre o anime ter sido exibido pelo SBT no Brasil. Quem sou eu para dizer que não, mas essa peça certamente tem uma história rica tanto dentro quanto fora do Super Nintendo.
2. Violinist of Hameln: Puzzles, Fantasias e Controvérsia

O próximo título em nossa jornada é Violinist of Hameln. Segundo alguns relatos, o anime deste jogo também passou no SBT, embora o narrador ninguém lembre disso.
Visualmente, Violinist of Hameln encanta logo de cara. Os gráficos são bem legais e bonitos, exibindo uma pixel art de qualidade em cenários variados como florestas, vilas e castelos.
No que tange à jogabilidade, este é um jogo de plataforma que envolve muitos puzzles, embora nada seja excessivamente complexo. A mecânica central exige que você use dois personagens para resolver os desafios, cada um com uma função diferente. Os protagonistas são:
- Hamel: Um aventureiro que utiliza um violino para desferir notas musicais e derrotar seus inimigos.
- Flut: Uma garota que usa fantasias que concedem certas vantagens.
- Um Corvo: Que acompanha Hamel, que “não serve para nada”.
Apesar da mecânica ser considerada bem legal, a história do jogo é um tanto duvidosa. Hamel, que é tido como herói por alguns, é na verdade um cara folgado. Depois de salvar a vila de Flut, ele “meio que pede” (ou exige) que a garota o siga em troca de sua ajuda, uma situação que é sugerida ser contra a vontade da jovem. A única ressalva quanto à jogabilidade é que a necessidade de ficar trocando a fantasia de Flut pode se tornar um pouco cansativa em certos momentos.
3. Chibi Maruko-chan: Férias no Japão

Chegamos a um jogo que, provavelmente, a maioria do público ocidental nunca ouviu falar. Chibi Maruko-chan é considerado um título extremamente difícil de ter sido jogado por aqui.
A história do jogo é simples: Maruko e sua família estão de férias em uma ilha do Japão, onde fazem novas amizades e desfrutam da cultura local. A jogabilidade acompanha essa simplicidade, apresentando ações básicas como pular, correr, arremessar objetos e, de forma curiosa, jogar os amigos na água.
Embora seja totalmente desconhecido em nosso território, o jogo é bem popular no Japão e é um título de colecionador devido à sua raridade e à popularidade da série. Como é de costume para os jogos japoneses dessa era, ele também possui uma versão em mangá.
O verdadeiro objetivo e charme de Chibi Maruko-chan residem nos mini-games:
- Queimado (Dodgeball): Onde você precisa arremessar uma bola para acertar o adversário, que não pode deixar a bola cair no chão.
- Snake (Cobrinha): Uma versão que lembra o clássico de celulares antigos, mas aqui você deve desviar dos rastros do inimigo e, ao mesmo tempo, fazer com que eles encostem no seu, até que reste apenas um jogador na fase.
- Rei Boia: Nesta brincadeira, todos ficam em boias e tentam derrubar uns aos outros até que sobre somente um.
No geral, este jogo obscuro proporciona uma sensação agradável de infância, amizade e boas férias em uma praia paradisíaca. É um título que, apesar de sua raridade, vale a pena ser conferido.
4. Tokimeki Memorial: Densetsu no Shita – O Simplesmente Belo Date Simulator

E agora, a grande surpresa (e o jogo que mais choca pelo conceito para o SNES): Tokimeki Memorial: Densetsu no Shita. Confesso que o jogo foi uma surpresa totalmente oculta, revelando-se um Date Simulator — ou, em linhas gerais, um joguinho de “gadaria” de colegiais japonesas.
Levando o gênero a sério, Tokimeki Memorial é um jogo de simulação de namoro. O objetivo do personagem principal é subir seus status para conseguir conquistar as garotas. O jogo oferece uma variedade de atributos para desenvolver, como academia, arte, ciência, entre outros.
A mecânica é interligada à socialização: à medida que você melhora um determinado status, você começa a encontrar pessoas diferentes que compartilham desse interesse. Por exemplo, se você aumenta seu status de arte, naturalmente encontrará pessoas que gostam de arte, e o mesmo se aplica a outros atributos.
Apesar do tema ser complexo, o jogo é classificado como simples e bonito para o padrão do Super Nintendo. Ele oferece várias possibilidades de finais. Eu fiz a proeza de terminar o jogo da “melhor forma possível”: se queimando com dezenas de mulheres e ficando completamente sozinho.
Uma Jornada de Descoberta pelos Jogos Japoneses
Concluímos a nossa primeira parte desta jornada por títulos japoneses de Super Nintendo que pouca gente conhece. Espero que a exploração dessas obras, desde a caçadora de fantasmas com troca de roupa até o simulador de namoro colegial, tenha despertado em você pelo menos uma pequena curiosidade para explorar mais esses jogos que não tiveram tanto destaque por aqui.
O catálogo do SNES, especialmente o japonês, é vasto e cheio de peculiaridades que refletem a cultura e os gostos da época. Embora muitos desses jogos sejam raros e desconhecidos, eles representam um pedaço importante da história do gaming.
Convido você para assistir ao vídeo completo que eu fiz sobre esse tema.
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Lembro de você ter jogado todos nas lives!