Vamos mergulhar em uma era de ouro, a do primeiro PlayStation, para desenterrar títulos que capturaram a essência de um gigante: o nosso maravilhoso Diablo. Diablo 1 é, inegavelmente, um marco importante na indústria dos videogames, pois estabeleceu e misturou diversos gêneros, como o RPG de ação, a exploração de Dungeon, a coleta de itens, a criação de personagens e, claro, a luta constante contra hordas de inimigos.
Eu fiz uma curadoria especial de jogos de PlayStation 1 que trazem aquele climinha Dark, cenários sombrios, monstros do submundo e muita ação no estilo Top Down, assim como Diablo. Alguns parecem mais, outros nem tanto, mas todos chegam perto dessa grande obra. Separei dois jogos para o final: um é um pouco estranho e confuso, e o outro teve um probleminha no lançamento que vamos analisar.
1. Legacy of Kain: Blood Omen – A Vingança Gótica do Nobre Vampiro
O primeiro da nossa lista é simplesmente incrível: Legacy of Kain: Blood Omen para PlayStation 1. Este é um RPG de ação onde a narrativa é forte. Você assume o controle de Kain, um nobre que é covardemente abatido e, para piorar, é transformado em um vampiro. Sua missão é clara: buscar vingança contra aqueles que o tombaram. Ele precisará viajar por Nosgoth em busca dos membros corruptos do Círculo dos Nove, na esperança de encontrar uma cura para o seu vampirismo.
A ambientação é um show à parte, com um ambiente gótico e sombrio que estabelece o tom perfeito para um jogo no estilo Diablo. Você vai explorar um mundo vasto, encontrar novos personagens, e enfrentar monstros e vilões.
No entanto, o jogo pode causar um certo desconforto na primeira jogatina. Para mim, a primeira vez que joguei, achei o jogo muito difícil, meio lento e até entediante. Mas depois de insistir, a história e o enredo me pegaram, trazendo aquele sentimento de vingança, ressentimento e toda aquela atmosfera de um bom conto vampírico.
Os gráficos são bem legais para um jogo de PS1, com muitos detalhes nos cenários e nos personagens. A trilha sonora é excelente e contribui para aquela atmosfera misteriosa. Uma das coisas mais gloriosas de Legacy of Kain é a possibilidade de explorar Dungeons cheias de segredos e desafios.
Um detalhe crucial que adiciona complexidade é o sistema de dia e noite: você não pode ficar andando por aí à vontade. De noite, você sai para fazer suas “coisas vampíricas”, mas durante o dia você precisa se abrigar na sua tumba por conta dos raios solares, afinal, “Vampiro raiz não pega bronze”. Em resumo, se você é fã de vampiros e RPG de ação, este é um jogo que precisa ser jogado.
2. Gauntlet Legends – O Clássico 3D de Ação e Tesouros
O segundo jogo da lista é um clássico dos clássicos dos anos 90 que foi adaptado para o PS1: Gauntlet Legends. Este é um Action RPG que garante boas horas de diversão.
O objetivo aqui é bem direto: você escolhe um dos personagens disponíveis e deve percorrer diversos níveis, lutando contra inimigos e chefes para chegar ao final. Cada personagem possui sua própria habilidade e armas, então é altamente recomendado experimentar cada um deles para ver qual combina mais com seu estilo de jogo. Por se tratar de um jogo 3D para o PS1, os gráficos são “aquilo”, né, mas trazem aquela nostalgia característica do Play 1 com os polígonos saltando da tela.
Em Gauntlet Legends, você pode encontrar tesouros escondidos, desbloquear áreas secretas e lutar contra gigantes que são realmente “casca grossa”. Uma das coisas mais legais é a possibilidade de evoluir seu personagem à medida que joga, escolhendo as habilidades e armas que deseja usar. Conforme você avança, novas opções e melhorias são desbloqueadas.
Embora não seja o “Mundo Aberto” que vemos em Diablo 1, o jogo oferece um sistema de escolha de mundos para explorar, com fases sendo destravadas sequencialmente. O título também permite que você jogue com um amigo, o que torna a experiência de coletar itens ainda melhor.
3. Dark Stone – O Dungeon Crawler com Sotaque Estranho
Jogue 10 minutos de Dark Stone e você automaticamente o ligará a Diablo. Primeiro, por se tratar de um Dungeon Crawler. Segundo, por apresentar um vilão de aparência macabra, um cara que se transforma em um dragão maluco e que tem a sua própria seita.
Terceiro, pela sua maneira de apresentar o mundo, que é muito similar a Diablo: você começa em uma cidade central onde encontra todos os serviços que precisa, como ferreiro, curandeiro e até música para acalmar os ânimos. É nessa cidade que você recebe as missões dos aldeões e, a partir dela, começa a explorar as Dungeons ao redor em busca de resolver esses problemas e, claro, enfrentar o feiticeiro doidão.
Onde o jogo realmente se destaca é no seu sistema de classes: existem oito classes que você pode escolher, cada uma com suas fraquezas e forças. Temos feiticeiros, ladrões, amazonas, entre outros. Você vai enfrentar esqueletos, Goblins, Capiroto, conseguindo recursos e experiências para aprimorar suas habilidades.
No geral, Dark Stone é um RPG que vale a sua atenção. Embora o visual não seja “muito legal” e possa estar “datado” (o que vai depender do seu gosto), é um jogo que pega pela nostalgia e pela sensação de estar jogando algo bem parecido com Diablo.
Se você não se convenceu, pelo menos ouça a musiquinha deste NPC inicial cantada; só isso já vale a pena!
4. TechnoMage: Return of Eternity– O RPG Existencial e a Confusão de Gêneros
Lembra do jogo estranho que mencionei no início? Este é Technomage.
A primeira vez que olhei para ele, achei que fosse um RPG nos moldes de Shining Force ou algo do tipo. Mas aí você vai jogando e o negócio começa a ficar parecido com Diablo. O visual é no mínimo curioso: ele mistura Sprites 2D com a arquitetura 3D do cenário — “o negócio é meio doido, né?”.
Este jogo foi lançado discretamente por uma empresa alemã chamada Sunflowers (nunca ouvi falar deles, mas tudo bem). Você controla Melvin, um cara que vive no mundo Gothos. Neste mundo, existem dois tipos de pessoas: os “Dreamers” (versados nos caminhos da magia) e os “Steammers” (que se apoiam em máquinas). Melvin é a combinação proibida dos dois, o que lhe confere habilidades extras e a vantagem de usar armas e magias ao mesmo tempo.
A premissa é meio existencial: ele precisa descobrir seu papel (a história é confusa) e salvar o mundo dos Gothos da destruição. O jogo é dividido em duas partes: tarefas e masmorras. Nas masmorras, as lutas contra os inimigos são definidas em tempo real, e também existem quebra-cabeças a serem resolvidos (muitos dos quais qualificam-se como tarefas, dando pontos extras de experiência).
Embora pareça simples, o jogo tem alguns efeitos legais, como nos feitiços e magias. O cenário é bem trabalhado na medida do possível, e a água tem um efeito de física “quase realista”. Mesmo que seja apenas para experimentar e adicionar um jogo desconhecido à sua biblioteca, Technomage pode render algumas horas de jogatina.
5. Baldur’s Gate – A Lenda Urbana do PS1
Para fechar, trago o título mais controverso em questões de lançamento: Baldur’s Gate. Você provavelmente já ouviu falar nele; é um jogo lendário não só entre os fãs de AD&D e D&D (sistemas de RPG de mesa famosos), mas também entre os Caçadores de Mitos dos jogos.
A polêmica é a seguinte: de acordo com as pesquisas, o jogo nunca foi lançado oficialmente no Play 1. A lenda urbana diz que poucas cópias foram produzidas “meio que para teste”. Uma dessas cópias foi comprada por um colecionador que guardou o segredo por anos, mas depois resolveu dar o presente para a comunidade, jogando uma cópia na internet.
O jogo está distribuído em três discos, os loads são enormes, a resolução é ruim, e os gráficos são, francamente, piores do que a versão de PC. Mas, ainda assim, é jogável do início ao fim no nosso querido PS1.
O enredo é simples: ambientado no mundo de fantasia chamado Forgotten Realms, segue a história de um grupo de personagens em uma jornada para combater as forças malignas que ameaçam a cidade. Você pode escolher o gênero do seu personagem, a classe, distribuir pontos em habilidades, além de escolher a “fotinha” dele.
O sistema de controle de personagens lembra algo próximo de um RPG de estratégia, onde você marca o personagem e o local para ele andar e realizar ações. E, falando nisso, é realmente um pouco frustrante jogar no Play 1: controlar uma setinha usando botões é “algo muito, muito chato”. Contudo, se você, como eu, curte umas curiosidades históricas e é “teimoso em insistir na tranqueira portada duvidosamente”, vale a pena dar uma olhadinha. A pergunta permanece: será que o Play 1 não “tankou” o jogo completo, ou será que a equipe fez “cagada no porte”?.
A Atmosfera Sinistra Vive no PS1
Chegamos ao fim desta lista de tesouros sombrios do PlayStation 1. Embora esses jogos possam não ser 100% parecidos com Diablo, eles chegam perto em vários aspectos. Todos compartilham características essenciais como ser um RPG de ação, ter a visão isométrica, o sistema de distribuição de pontos, a exploração de Dungeon e, principalmente, a atmosfera sinistra.
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