OpiniãoRETROReviews

Castlevania: Bloodlines — Um Clássico Surpreendente

Compartilhe:

O Bloodlines — É uma Joia Oculta de Gráficos e Desafios para Fãs de Jogos Retrô

Ambientação espetacular

Confesso, minhas expectativas estavam medianas quando comecei Castlevania: Bloodlines para Mega Drive. Como muitos fãs, eu sempre associei Castlevania aos títulos como Dracula X, Super Castlevania IV do Super Nintendo, Aria of Sorrow do Game Boy Advance, e o lendário Symphony of the Night para PlayStation 1.

Mas um Castlevania no Mega Drive? Não era o primeiro console que vinha à mente para essa franquia, até que Bloodlines me surpreendeu. Hoje, vou compartilhar essa jornada e por que esse jogo merece a sua atenção.

Minha Relação com Castlevania: Uma Jornada Pessoal

Symphony of the Night – Konami

Nunca fui o maior fã de Castlevania, nem mesmo de Symphony of the Night. Achava os jogos repetitivos e muito “mainstream”. Muitas vezes, o entusiasmo dos fãs pode afastar novos jogadores de uma franquia. No entanto, depois de anos, finalmente completei Symphony of the Night e passei a entender seu valor. Bloodlines, então, surgiu como uma confirmação de que valia a pena explorar mais jogos da série.

A descoberta de Bloodlines aconteceu quando decidi me aventurar mais no catálogo do Mega Drive, um console que eu conhecia apenas superficialmente. Recomendado por amigos da comunidade, eles afirmaram que este jogo era indispensável para quem queria conhecer o Mega Drive de verdade. E foi uma experiência impactante, muito além do que eu esperava.

Gráficos e Atmosfera: O Poder do Pixel Gótico

Pixels bem definidos

Visualmente, Castlevania: Bloodlines impressiona logo de cara. O design é uma obra de arte em pixel, com uma arquitetura gótica vibrante e uma paleta de cores que difere dos tons mais escuros e saturados comuns ao Mega Drive. A interface do jogo é funcional e intuitiva, mostrando informações como pontos, vida do personagem e do inimigo, arma secundária e contador de munição. Tudo é disposto de forma harmoniosa e dá um toque de imersão ao jogador.

As músicas são outro ponto alto de Bloodlines. A trilha sonora é intensa, criando uma atmosfera de urgência que te envolve em cada fase. É impressionante o que conseguiram extrair do som do Mega Drive, e essa ambientação é essencial para a imersão no mundo gótico e sombrio do jogo.

Os Desafios e as Diferenças Entre os Personagens

Em Bloodlines, você pode jogar com dois personagens: John Morris, um descendente da família Belmont que usa o famoso Vampire Killer Whip, e Eric Lecarde, que empunha a Lança de Alucarde em busca de vingança contra Elizabeth Bartley, a vilã que transformou sua amada em vampira. Cada personagem traz uma jogabilidade distinta. Com John, você tem uma experiência mais ágil e clássica, enquanto Eric oferece uma gama de movimentos diferenciados, como seu ataque giratório com a lança e o super pulo, que facilita as batalhas contra chefes.

A diferença entre os estilos de jogo dos personagens é notável, mas também apresenta alguns desafios. Por exemplo, o pulo de Eric para frente parece um pouco “travado” e pode gerar frustração. Mas no geral, essa diversidade é um ponto positivo que valoriza a experiência e incentiva o replay com ambos os personagens.

Elizabeth Bartley e o Enredo Simples e Eficaz

A trama de Bloodlines é direta. Elizabeth Bartley, sobrinha de Drácula, quer ressuscitar seu tio, e cabe a Eric e John impedir que isso aconteça. Apesar de ser uma história simples, ela é eficaz e complementada pela atmosfera densa do jogo. Esse foco na jogabilidade é uma marca dos jogos de ação da década de 90 e funciona bem em Bloodlines.

Desafios Frustrantes: Hit que te Arremessa e Problemas com Passwords

É fácil zerar o jogo… Basta não ser acertado.

Bloodlines mantém o famoso “hit que te joga para trás”, um recurso clássico da franquia, mas que pode ser extremamente irritante, especialmente para jogadores casuais. É comum, por exemplo, ser atingido por inimigos voadores e acabar caindo em um buraco por conta desse efeito. Além disso, o sistema de password do jogo pode ser desanimador. Ele não salva recursos como vidas extras ou continues, o que significa que, ao retornar, você volta exatamente com o que tinha na última tentativa. Isso pode fazer a experiência ser frustrante para quem não tem paciência.

Fases Finais e a Inovadora (e Cruel) Rotação de Tela


As fases finais de Bloodlines trazem uma inovação bizarra: telas que rotacionam completamente, invertendo controles e confundindo a percepção do jogador. Essa mecânica cria um desafio quase insano, que certamente pegou muitos jogadores desprevenidos. É uma experiência desorientadora que leva ao limite o desafio do jogo, especialmente para quem chega ali com poucos recursos.

Ainda, os vilões clássicos da franquia aparecem nos momentos finais, como a própria Morte e Drácula, ambos com múltiplas formas. E para os fãs do “Boss Rush”, o jogo traz uma sequência intensa que exige habilidade e paciência — mais uma característica que pode ser um ponto negativo para alguns.

As Escadas: O Boss Silencioso


Quem já jogou sabe que um dos maiores desafios de Castlevania são as escadas. Em Bloodlines, elas podem ser fatais, exigindo precisão nos comandos. Um descuido e lá se vão preciosas vidas. Mesmo os jogadores mais experientes acabam lutando contra esse elemento infame do jogo, que se tornou uma característica tão desafiadora quanto os próprios inimigos.

Veredito Final: Bloodlines Vale a Pena?

Embora os chefes não sejam tão marcantes, ainda impressionam pela qualidade dos pixels.

Castlevania: Bloodlines é uma pérola do Mega Drive, oferecendo uma experiência desafiadora e envolvente para fãs da franquia e para novos jogadores. Apesar de ser um jogo curto, ele tem um fator replay alto, pois o desafio, embora traiçoeiro, motiva o jogador a se aperfeiçoar a cada partida.

Se você busca uma jornada recompensadora no mundo dos pixels, Bloodlines é uma escolha excelente. Pode ser frustrante, mas vale cada momento. É um título que mudou minha visão sobre o Mega Drive e sobre a própria franquia Castlevania.

E se você gostou deste review, considere explorar outros jogos clássicos e vamos continuar essa jornada juntos. Compartilhe suas experiências e procure mais reviews pelo GamerJump, vai gostar!

Primo Ci

Primo Ci

"Retrolover" Gosto de jogar tudo que é relacionados retrogames e saio zerando tudo que é tranqueira. As vezes escrevo aqui.

Inscrever-se
Notificar de
guest
2 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
Mucambo
Mucambo
5 meses atrás

Castlevania sempre foi uma série de jogos que me encantou. Infelizmente, hoje ela parece perdida em relançamentos sem propósito. “Bloodlines” é um ótimo jogo, embora tenha uma curva de dificuldade um pouco irregular. Seus gráficos têm um estilo bem característico do Mega Drive, mas, visualmente, os jogos de Castlevania para o SNES são superiores. No quesito som, não há dúvidas: o SNES também leva vantagem, já que o Mega Drive sempre teve limitações nessa área. Ainda assim, “Bloodlines” é um jogo excelente.

trackback

[…] Castlevania: Bloodlines — Um Clássico Surpreendente […]